Relatório Anual 2014

A Cargill encerrou 2014 mais brasileira do que nunca. Afinal, em 2015, completamos 50 anos de atuação no País, onde iniciamos os negócios com uma pequena usina de beneficiamento e produção de sementes híbridas de milho em Avaré, no Estado de São Paulo. Hoje, somos uma das maiores empresas do agronegócio e do segmento de bens de consumo no Brasil.

Essa evolução é resultado de uma história de comprometimento. Seguimos nossa trajetória acreditando no País, mesmo em momentos desafiantes nos cenários político e econômico, como foi o ano de 2014, quando tivemos que ser mais cautelosos, sem deixar de manter os investimentos que nos permitirá continuar crescendo.

Aplicamos recursos na otimização do escoamento de grãos, com a ampliação do terminal portuário de Santarém (PA), cuja capacidade passará de 2 milhões para 5 milhões de toneladas – parte desse aumento chegará por via fluvial graças à estação de transbordo de Miritituba (PA), que recebeu licença de instalação no fim de 2014 e será concluída em 2016.

Inauguramos também a primeira biorrefinaria da Cargill no País, na cidade de Castro (PR). Com um conceito inovador, o complexo está entre os maiores investimentos da Empresa no mundo. Ampliamos ainda a unidade de processamento de soja em Três Lagoas (MS) e concluímos as obras de expansão da capacidade produtiva de óleos refinados e gorduras vegetais das fábricas de Itumbiara (GO) e Mairinque (SP).

Em Quirinópolis (GO), demos início às obras de expansão da Usina São Francisco da SJC, joint venture com o Grupo USJ. O projeto conta com aporte de R$ 160 milhões e prevê a construção de uma fábrica de processamento de milho para produção de etanol, o que representa uma inovação para o setor alcooleiro no Brasil.

Na busca de melhorias nos processos e mais eficiência, concentramos as atividades financeiras, contábeis, fiscais e administrativas no Centro de Serviços Compartilhados, em Uberlândia (MG). Essa estrutura faz parte de uma estratégia global que visa desenvolver uma abordagem mais inteligente na operação de serviços compartilhados para que as unidades de negócio possam focar suas atividades no atendimento aos clientes. Cerca de 100 funcionários já trabalham no centro brasileiro, número que deve crescer para 250 até o fim de 2015, quando o espaço vai passar a abrigar também as áreas de recursos humanos, tecnologia da informação e compras.

Como consequência de todos esses passos, fechamos o ano com receita líquida de R$ 26,2 bilhões e lucro líquido de R$ 481 milhões. Esses resultados só foram possíveis porque trabalhamos com pessoas comprometidas com os nossos valores e objetivos. Para atraí-las, demos continuidade aos programas de estágio. Selecionamos jovens que serão treinados de acordo com a nossa filosofia para atuarem futuramente em posições de destaque. Na outra ponta, reformulamos o Programa Novo Tempo, de orientação aos gestores com mais de 50 anos de idade, que já contribuíram bastante para o nosso crescimento no Brasil e agora estão em fase de transição de carreira, na procura de novos desafios.

O amadurecimento do tema da sustentabilidade também representou importante avanço não só para a condução dos negócios, mas para aprimorar o relacionamento com nossos stakeholders. Esta publicação, por exemplo, foi elaborada pelo segundo ano consecutivo de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), o que oferece novas oportunidades de monitoramento de indicadores de desempenho. Assim, mantemos o compromisso de aprimorar o relato das atividades e fortalecer a transparência da nossa comunicação.

Durante a Cúpula Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorrida em 2014, nos comprometemos globalmente a apoiar a Declaração de Nova York sobre Florestas. Dessa forma, as operações do mundo inteiro trabalharão para enfrentar o sério problema do desmatamento.

No Brasil, também estamos fazendo a nossa parte. Mantivemos projetos como o Soja Mais Sustentável, em colaboração com a ONG The Nature Conservancy, para a conservação de florestas e rios de parte da Bacia do Tapajó, por meio do fortalecimento da sustentabilidade na cadeia produtiva. Outro exemplo é a assinatura do Protocolo Verde de Grãos, que visa estabelecer diretrizes e critérios mais rígidos para as transações comerciais entre empresas e produtores do Pará, a fim de evitar que os grãos comercializados provenham de áreas desmatadas. Já na cadeia da palma, todos os procedimentos de compra, processamento e comercialização de óleo foram certificados sob os critérios estabelecidos pela Mesa Redonda para Óleo de Palma Sustentável, uma conquista brasileira que servirá de exemplo para as outras partes do globo.

O ano de 2015 será desafiador, com cenários macroeconômico e político mais complexos, mas seguimos confiantes do potencial de crescimento e desenvolvimento do País. Continuamos comprometidos em alimentar pessoas e prosperar ao lado de funcionários, produtores rurais, fornecedores, clientes, consumidores, comunidades, governos e sociedade civil em geral. Todos estão convidados a seguir conosco nessa trajetória de crescimento.

Luiz Pretti | Presidente