5 tendências agrícolas e alimentares para se empolgar em 2024
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April 03, 2024
Por Florian Schattenmann
Diretor de tecnologia e vice-presidente de inovação, pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Cargill
Você sabia que as crianças em idade pré-escolar de hoje não se aposentarão até 2082?
Isso pode parecer um futuro bem distante. Mas pensar muito além de nossa existência nos ajuda a tomar decisões melhores hoje — e para as gerações futuras.
Na Cargill, não estamos apenas contemplando as tendências do setor agrícola que terão impacto no mundo este ano. Também estamos fazendo planos para aqueles que tornam o mundo melhor para essas crianças — em 2040, quando eles estiverem se formando na faculdade, e até mesmo em 2082, quando estiverem se aposentando.
A meta da minha equipe é reimaginar o que é possível e estabelecer as bases para nossas maiores e mais ousadas inovações no setor alimentício e agrícola. Então, quais as tendências que estamos de olho este ano para moldar e mudar a produção alimentícia e agrícola nas próximas décadas?
Seguem as que consideramos as mais impactantes.
1. Mais pessoas + menos terra = novos métodos de cultivo e produção de alimentos
Como parte dos esforços contínuos para criar uma cadeia de suprimentos mais resiliente, os cientistas da Cargill estão desenvolvendo práticas agrícolas, como a agricultura vertical, que são mais resistentes às mudanças climáticas.
A população global de hoje não é mais como antigamente — não apenas em termos de quantidade, mas também em relação aos lugares que as pessoas chamam de lar.
A população global está crescendo a uma taxa de cerca de 1% ao ano e, até 2030, espera-se que a população mundial ultrapasse 8,5 bilhões de pessoas. (Para contextualizar, quando eu nasci, nossa população era de apenas 3,3 bilhões... e eu não sou tão velho assim!)
Uma população crescente precisa de mais alimentos — e também de mais infraestrutura, o que reduz as terras agrícolas. Até 2030, teremos 2% menos terras agrícolas do que temos atualmente, além de que teremos acrescentado mais de 1 trilhão de pés quadrados de espaço adicional para construção. Por exemplo, isso é mais do que construir outra cidade de Nova Iorque (incluindo seus cinco distritos) todos os meses até 2030!
Precisamos encontrar novas maneiras de colher mais alimentos com menos terras agrícolas, o que pode incluir qualquer coisa, desde métodos de agricultura vertical até agricultura subaquática.
Na Cargill, continuamos a expandir nosso portfólio de agricultura regenerativa, o que aumenta a produtividade e a saúde do solo em terras agrícolas existentes para preservar ainda mais a terra que temos. Também estamos dando continuidade ao nosso trabalho genômico para garantir que alimentos nutritivos tenham o DNA certo para crescer em ambientes diferentes e mutáveis.
2. Dê ao seu intestino alimentos repletos de nutrientes
Aproveitamos nosso profundo conhecimento de proteínas e décadas de fornecimento de ingredientes à base de plantas para trazer mais opções de proteínas para a mesa — desde carne bovina e frango a alternativas de carnes vegetais e, no futuro, até mesmo carne cultivada.
Você sabe o que dizem... você é o que você come!
Os consumidores de hoje estão priorizando a nutrição como o centro de uma vida equilibrada, expandindo seu foco para incluir pós-bióticos, itens para a saúde intestinal, imunidade, saúde cognitiva e, é claro, proteínas.
A proteína é o macronutriente de crescimento mais rápido do mundo. Porém, embora muitos de nós conheçamos as principais fontes de proteína animal e vegetal, consumimos apenas 1% das plantas comestíveis do mundo. Uma variedade maior de opções te espera!
Descobrir o futuro da proteína sustentável tem sido uma grande paixão para mim. Atualmente, a Cargill está buscando mais proteínas de origem vegetal como ervilhas, milho e trigo, além de fontes fermentadas como as micoproteínas.
Também estamos pesquisando para entender melhor como os processos de base biológica podem melhorar a saúde intestinal de pessoas e animais. Como resultado, vemos animais (de camarões a peixes e gado) e pessoas mais saudáveis, graças a soluções como o EpiCor e a estévia, um adoçante natural com zero caloria, produzido de forma sustentável.
Além disso, assim como não existem duas pessoas com as mesmas impressões digitais, não existem duas pessoas com os mesmos microbiomas ou as mesmas necessidades nutricionais. É por isso que a nutrição personalizada continuará a impulsionar a inovação em alimentos e nutrição.
3. Alimentos bons para você e para o planeta
O programa Prosperidade Infinita para 1.000 Agricultores da Cargill apoia agricultores de milho, girassol e canola em 18 províncias da Turquia. Em seu quinto ano, o programa cresceu muito além de seu nome, envolvendo mais de 5.000 agricultores e cobrindo mais de 50.000 hectares.
Você sabia que os sistemas de produção de alimentos são responsáveis por cerca de 26% das emissões de gases de efeito estufa?
Nos próximos anos, o setor agrícola e alimentício continuará a dar destaque à sustentabilidade, incluindo a promoção de práticas regenerativas, a proteção da saúde do solo e de nossos recursos hídricos, o apoio aos agricultores locais, a redução do desperdício de alimentos e a implementação de melhores práticas de embalagem e distribuição.
Essas e outras práticas geram mudanças positivas.
Na Cargill, temos nos concentrado em encontrar maneiras de reduzir o metanoe outros gases nocivos em nosso meio ambiente, usando a ciência para ajudar o gado a digerir seus alimentos com mais facilidade.
Também daremos continuidade a um trabalho importante para descarbonizar a forma como cultivamos e transportamos os alimentos do mundo. Isso pode se assemelhar a práticas agrícolas e agropecuárias mais sustentáveis para permitir a produção de alimentos, rações e combustíveis com menos carbono (olá, novamente, agricultura regenerativa!), usando energia alternativa, fontes de combustível renováveis e muito mais.
4. Abastecendo a bioeconomia
Para enfrentarmos as mudanças climáticas, precisamos criar cadeias de suprimento de alimentos mais sustentáveis e descarbonizar nosso sistema de transporte global. Por meio dessas iniciativas, também aceleramos a mudança para fontes de energia de baixo carbono que podem abastecer o setor de transportes. Estabelecemos metas claras para reduzir nosso impacto climático e estamos apoiando os clientes em suas iniciativas para fazer o mesmo.
Com um foco maior nas práticas agrícolas sustentáveis nos próximos anos, os recursos que podem ser usados (e reutilizados) com menos desperdício serão o novo padrão. Isso pode parecer bom demais para ser verdade, mas não é.
Apresentando: a ascensão da bioeconomia.
A Cargill desempenha um papel importante na produção de recursos renováveis e derivados da natureza, que estão em destaque na bioeconomia global. Continuamos a encontrar oportunidades para reciclar e reutilizar esses materiais como ingredientes para alimentos, rações, produtos de base biológica, biocombustíveis e biogás (com parceiros, é claro)!
Por exemplo, agora mesmo na Cargill, estamos usando dextrose de milho como matéria-prima
para produzir biocombustíveis e bioquímicos com baixo teor de carbono, o que poderia nos ajudar a criar gasolina renovável, combustível de aviação e muito mais no futuro.
Nós também reciclamos as sobras de chocolate da Hershey's em alimentos nutritivos para animais.
Sabe qual é a parte mais emocionante? Há ainda mais casos de uso como esses.
5. A ascensão da tecnologia agrícola
O Galleon™, uma plataforma de avaliação do microbioma e uma das mais recentes inovações da Cargill, é uma ferramenta de análise orientada por inteligência artificial que usa sequenciamento avançado de DNA para ajudar a determinar como o microbioma intestinal dos rebanhos de galinhas está relacionado à sua nutrição e saúde.
A tecnologia agrícola pode tornar o setor alimentício e agrícola mais inteligente e contínuo, tanto na fazenda quanto nas cadeias de suprimentos. Ademais, a agricultura impulsionada pela tecnologia está em ascensão, com expectativa de crescimento de cerca de US$ 18 bilhões até 2027.
Desde silos de ração alimentados por energia solar até drones que ajudam os pecuaristas a monitorarem os animais , estamos sempre tentando encontrar novas maneiras de conectar os agricultores com tecnologias que economizam tempo e melhoram os recursos.
Olha só o Galleon™, nossa plataforma inteligente de avaliação do microbioma que usa inteligência artificial (IA) e sequenciamento de DNA para avaliar a saúdedas aves — não é necessária adivinhação.
Recentemente, também investimos na Satelligence, uma ferramenta que usa IA para monitorar o uso da terra e que permite soluções livres de desmatamento nas cadeias de suprimentos de soja, óleo de palma e cacau da Cargill.
O que vem por aí?
Funcionários de pesquisa e desenvolvimento no Centro de Desenvolvimento de Cacau da Cargill em Gresik, Indonésia.
O futuro é construído hoje! A alimentação e a agricultura precisam de soluções que possam nutrir o mundo, sustentar as pessoas e o nosso planeta e transformar a maneira como enfrentamos os maiores desafios do mundo.
Estou muito animado com o que está por vir e ansioso para continuar resolvendo os desafios agrícolas e alimentícios com minha equipe na Cargill, nossos clientes e nossos diversos parceiros.
Saiba mais sobre o incrível trabalho de inovação que está acontecendo na Cargill.
Sobre o autor
Florian Schattenmann é diretor de tecnologia e vice-presidente de inovação, pesquisa e desenvolvimento da Cargill, liderando uma equipe global focada na criação de valor nos mercados agrícola, alimentício, bioindustrial e de ração animal. Ele também é responsável pelo Acelerador de Negócios de Crescimento Estratégico, enfatizando a inovação em áreas como proteínas alternativas. Florian possui doutorado em química inorgânica pelo Massachusetts Institute of Technology.’