Influenciando os processos naturais dos animais para reduzir emissões de metano
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A intervenção nos processos naturais dos animais que ocorrem através da produção entérica de metano é uma das estratégias para reduzir as emissões.
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Existem cinco estratégias: redução da quantidade de fermentação, redirecionamento de hidrogênio, eliminação dos metanógenos, bloqueio da metanogênese e uso de tecnologias digitais
Influenciando os processos naturais dos animais para reduzir emissões de metano
A redução de emissões de metano é uma categoria muito investigada, especialmente quanto às diferentes etapas que ocorrem na produção de metano de animais ruminantes. A Cargill pesquisa as muitas soluções em potencial, incluindo uma estratégia em particular: a intervenção nos processos naturais dos animais que ocorrem através da produção entérica de metano. Veja as cinco principais áreas de investigação abaixo.
1.) Reduzir a quantidade (ou mudar a natureza) do substrato fermentável
A produção de metano é um processo de fermentação que ocorre naturalmente durante o processo da digestão. O aumento da taxa de fermentação diminui a produção de metano e deixa mais energia para o animal. A diluição da matéria fermentável também pode ter seu papel em reduzir a produção de metano.
É possível formular a ração para reduzir o substrato fermentável e inibir a criação de metano no rúmen. Por exemplo:
- Alternar para uma dieta rica em amido/açúcares: Aumentar a quantidade de açúcares e amido pode ajudar a acelerar a digestão, o que diminui a taxa de fermentação.
- Alimentação com lipídios: Diluir a matéria fermentável com gordura pode diminuir a produção de metano.
- Probióticos: Podem aumentar o microbioma do estômago e melhorar a digestão.
- Ionóforo: Aumenta a produção de propionato (que utiliza hidrogênio) para reduzir o hidrogênio disponível para a produção de metano no rúmen.
2.) Redirecionar o hidrogênio para outro processos
A fermentação microbial, o processo que cria metano no estômago da vaca, precisa de hidrogênio para acontecer. Se redirecionarmos o hidrogênio para ser absorvido por outra reação química, em teoria, uma menor quantidade de metano seria produzida. Existem muitas teorias sob investigação sobre quais aditivos incluir na alimentação para conseguir o resultado desejado:
- Redutores de sulfato: Em teoria, ao adicionar sulfato na dieta, os micróbios do rúmen produzirão sulfato de hidrogênio que usam hidrogênio.
- Redutores de nitrato: Quando adicionados à dieta, os nitratos tem o potencial de ser convertidos em nitrito e depois em amônia, que absorve o hidrogênio no processo.
- Redutores de fumarato: Quando adicionados à dieta, eles têm o potencial de converter hidrogênio em propionato, que por sua vez usa o hidrogênio existente.
3.) Eliminar metanógenos
Metanógenos são as bactérias produtoras de metano que vivem no estômago (ou rúmen) dos animais de produção e transformam o dióxido de carbono em metano. Ao reduzir a quantidade de metanógenos disponível no rúmen, temos o potencial de reduzir a quantidade de metano que o animal libera.
Óleos essenciais e extratos de planta estão entre as categorias mais investigados quanto a redução de metano. Até agora, eles tiveram ótimos resultados em sistemas in vitro em laboratórios (mas você pode ver aqui como isso pode ser enganoso) e demonstraram eficácia limitada em estudos in vivo (no animal) a curto prazo.
4.) Bloquear o processo de metanogênese
A metanogênese é a formação de metano pelos metanógenos no estômago. A maior tendência no momento é introduzir algas marinhas na dieta dos animais de produção.
O princípio se baseia em um composto chamado bromofórmio que existe em algas marinhas. O bromofórmio foi testado intensivamente nos anos 70 como um redutor de metano.
Você pode ler mais sobre o uso de ingredientes de ração com base em algas marinhas, além dos prós e contras mais atuais aqui.
5.) Tecnologias disruptivas
A AgTech está investindo em tecnologia de ponta para reduzir a emissão de metano. Uma solução que tem despertado interesse são os dispositivos vestíveis. Por exemplo, a tecnologia para converter o metano quando ele é expirado pela boca do animal.
A vantagem? Os dispositivos vestíveis não causam impactos drásticos na saúde, no bem-estar, no consumo, na produção ou no comportamento do animal.
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