Relatório Anual 2014

A Cargill passou a falar também português

A primeira sede, na Galeria Metrópole, centro de São Paulo, era o escritório do Departamento de Sementes. E, na mesma época, foi fundada uma pequena usina de beneficiamento e produção de sementes híbridas de milho, em Avaré (SP).

A Cargill foi uma das primeiras empresas a investir no carregamento a granel. E, para atender a sua demanda de exportação, em 1967, iniciou as operações no Porto de Paranaguá (PR).

No ano seguinte, para expandir as atividades da área de comercialização de cereais, a Cargill inaugurou uma filial na cidade paranaense de Cascavel. Ainda em 1968, iniciou as operações do Departamento de Rações na cidade de Jacarezinho (PR).

E, com a entrada no segmento de Rações, a empresa acompanhou o crescimento do mercado agropecuário e manteve operações até 2008 em mais de 10 municípios nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Pernambuco.

Foi construída a primeira fábrica da Cargill no Brasil, em Ponta Grossa (PR), responsável pelo processamento de soja para produção de óleos refinados e farelos.

Criação da Fundação Cargill

Criada em 1973, a Fundação Cargill faz a diferença nas comunidades onde está presente com uma receita de mobilização, criatividade e transformação social.

Nesses mais de 40 anos de existência, a Fundação Cargill publicou e distribuiu 249 livros, abordando temas voltados ao desenvolvimento de tecnologias agrícolas aplicadas em produtos que fazem o nosso País ocupar um papel de destaque no cenário econômico internacional. Essas obras podem ser encontradas em bibliotecas e instituições de ensino, órgãos públicos e instituições ligadas à produção agrícola.

Ao longo dos anos, também participou ativamente do desenvolvimento educacional de algumas comunidades brasileiras por meio de dois programas sociais: o Fura-Bolo, durante os anos de 1999 a 2011, e o Programa “de grão em grão”, desde 2004 até os dias de hoje.

Revolução na cozinha doméstica: nascimento de Liza

Ano marcante no mercado de consumo de óleos. Após chegar na cozinha dos consumidores com o óleo de soja Veleiro, a Cargill revolucionou a categoria no Brasil com o lançamento de Liza, óleo que tinha como diferencial não soltar fumaça e não deixar cheiro. Foi uma revolução nos lares de milhões de pessoas, que usavam gorduras animais e outros tipos de óleo na culinária.

Transformou a cozinha de muitas donas de casa e permanece até hoje em mais de 30 milhões de lares, um orgulho da Cargill, é uma das marcas mais importantes do portfólio.

A Cargill ingressa globalmente na operação de sucos no Brasil

Entre tantos movimentos importantes, um grande passo da Cargill Brasil foi seu ingresso no mercado de citrus em âmbito mundial.

A aquisição da Citrobrasil (Bebedouro – SP) possibilitou a comercialização com mercados europeu, asiático e norte-americano de suco de laranja concentrado/congelado, óleos essenciais, polpa concentrada e outros subprodutos utilizados pela indústria alimentícia.

As operações contavam com fábricas e escritórios de compra de laranja em Bebedouro, Uchôa e Porto Ferreira (SP), além de um terminal portuário para embarque de suco concentrado congelado no porto de Santos (SP) e três fazendas em Minas Gerais, que somavam mais de 3 milhões de pés de laranja.

Com o negócio de citrus, foi a primeira empresa de processamento de sucos no mundo a receber a certificação ISO 9002, na unidade de Bebedouro (SP), comercializando produtos para o consumidor final, por meio da marca YES. Essa operação foi até 2004, quando a Cargill transferiu a operação para a Citrosuco e Cutrale.

Nesse ano, foi inaugurada uma moderna fábrica de processamento de soja em Uberlândia (MG).

Inicialmente responsável pelo processamento de soja, a unidade foi um marco importante na história e no desenvolvimento tecnológico da Cargill no Brasil. Em 1990, foi inaugurada ali a fábrica de amidos e adoçantes e, em 2000, a fábrica de ácido cítrico.

No início de 2010, o complexo recebeu investimentos adicionais que aumentaram em 70% a capacidade de processamento de milho da Cargill.

Hoje, o complexo industrial de Uberlândia é o maior da Cargill fora dos Estados Unidos.

Nessa década, a Cargill também ingressou no negócio de processamento de bovinos, com dois frigoríficos (Maringá – PR – e José Bonifácio – SP), ficando no mercado até 1987.

Cargill e sua operação portuária

Foi inaugurado o Terminal Marítimo no Guarujá (SP) para o embarque de soja em grãos, pellets de soja e pellets de polpa cítrica. Em 2009, o consórcio formado entre a Cargill e Louis Dreyfus venceu a concorrência pública para operar o terminal por 25 anos, renováveis por igual período.

Sob o nome TEG – Terminal de Exportação do Guarujá, até hoje a operação escoa uma parcela expressiva das exportações de grãos do Brasil, colocando o produto em diversos mercados.

Ainda na baixada Santista, a Cargill e a Crystalsev, por meio de uma joint venture, passaram a comandar dois terminais de açúcar: um a granel, que opera com o nome de TEAG (Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá), e o outro de açúcar ensacado, o Terminal T33 do Porto de Santos – este último vendido para o Grupo Libra, em 2009.

A Cargill expandiu seus negócios e chegou ao setor de fertilizantes. Em 2004, após acordo com a IMC Global, deu origem à Mosaic Fertilizantes, uma das maiores fabricantes globais de fosfato concentrado, nitrogênio e potássio. No Brasil, mantinha unidades em Alto Araguaia (MT), Candeias (BA), Cubatão (SP), Monte Alto (SP), Paranaguá (PR), Rio Verde (GO), Sorriso (MT) e Uberaba (MG).

A operação foi até 2011, quando a Cargill vendeu sua participação na empresa em todos os países onde atua, saindo desse mercado.

A Cargill adquiriu as unidades de produção, comercialização e armazenamento da empresa Matosul nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, dando continuidade ao crescimento e expansão de suas operações no Complexo Soja. Com essa aquisição, deu início às operações na fábrica de Três Lagoas (MS) e em dezenas de armazéns.

Esse foi um marco para a expansão das fronteiras agrícolas na região Centro-Oeste brasileira e no relacionamento com produtores.

A partir desse momento, a empresa apostou na diversificação dos modais logísticos para ampliação do negócio de grãos, direcionamento que norteia a estratégia da Cargill até os dias atuais.

A Cargill saiu das operações de sementes, uma transação mundial em que a Cargill Inc. negociou as operações em 24 países na América Latina, Europa, Ásia e África.

Uma nova Cargill tomando forma

Com mais de 30 anos no Brasil, a empresa estava integrada à economia brasileira. Assume o perfil de uma empresa de atuação nacional e diversificada na área de agronegócio, canalizando investimentos e desenvolvendo tecnologias, processando os principais produtos agrícolas e contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias do segmento industrial alimentício.

E inicia uma jornada mais engajada na solução de problemas para o cliente e menos dependente da compra e venda de commodities.

Trecho da carta enviada aos funcionários:

“Para a Cargill, a mudança não é uma opção, é algo vital. O ritmo acelerado com que as transformações estão acontecendo no mundo se sobrepõe ao ritmo interno da Cargill, o que não deve acontecer de maneira alguma. Estamos hoje iniciando uma fase de profunda renovação desta grande empresa, que certamente levará a uma mudança contínua e dinâmica.”

O mote que guiará nossa reestruturação será: criar valor para nossos clientes.

Para melhorar as transações financeiras e oferecer serviços de crédito diferenciados ao produtor agrícola, foi criado o Banco Cargill no Brasil.

No mesmo ano, também foram iniciadas as operações da Unidade de Negócio Óleos Industriais & Lubrificantes.

A partir desta década, a Cargill começou também a comercializar produtos das marcas conhecidas pelos consumidores, como La Española, Purilev, Olivia, Mazola, Gallo e Maria.

Adquiriu a marca Seara, entrando no mercado de aves e suínos. E, assim, a Cargill tornou-se na época a única empresa do mundo a ter operações de carne em todos os continentes. Além disso, ampliou sua atuação no mercado brasileiro, com uma forte estratégia de marketing para produtos industrializados, como as linhas de embutidos. O negócio, mantido pela Cargill até 2009, possuía nove unidades, distribuídas nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Ainda em 2004, foi construída a fábrica de Rio Verde (GO), com atividades de processamento de soja para produção de óleo degomado e de farelo para ração animal. E teve início, nessa mesma unidade, a construção de uma refinaria e da linha de envase de óleo refinado de soja, voltado ao consumidor final.

Aquisições e construções marcantes

A Cargill fez importantes aquisições neste ano, como a Smucker do Brasil, subsidiária da J.M. Smucker Company e uma das principais fornecedoras de ingredientes alimentícios do Brasil. Com isso, assumiu as operações das fábricas de São José do Rio Pardo (SP) e Cosmópolis (SP) – esta última vendida em 2011, juntamente com a saída global no negócio de aromas.

Comprou o negócio de gorduras vegetais do grupo Maeda, dando início às operações na unidade de Itumbiara (GO).

A Cargill inovou diversificando o portfólio. Com a compra do negócio de atomatados da Unilever no Brasil, adquiriu as marcas Pomarola, Tarantella, Elefante e Pomodoro, assumiu a fábrica em Goiânia (GO), maior processadora de tomates da América Latina, e expandiu sua atuação no varejo brasileiro.

No mesmo período, a Cargill Foods Brasil anunciou o Programa Renove o Meio Ambiente. Por meio do programa, a população passa a contar com uma alternativa para destinar adequadamente o resíduo do óleo utilizado na preparação de seus alimentos. O óleo coletado é transformado em biodiesel, combustível de fonte limpa e renovável.

Hoje já são mais de 500 postos de coleta localizados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná.

Biocombustíveis

A companhia ampliou sua atuação no mercado sucroalcooleiro por meio da SJC Bioenergia, uma joint venture com o Grupo USJ. As operações são realizadas em usinas localizadas nos municípios de Quirinópolis e Cachoeira Dourada (GO). Já em 2012, ampliou sua participação no mercado de biocombustíveis com o início da produção de biodiesel em Três Lagoas (MS).

Campinas (SP) recebeu o Centro de Inovação para a América Latina, um local para inovação e desenvolvimento de soluções para a indústria de alimentos e bebidas, além de ser um espaço para eventos e negócios.

Em um único local, estão laboratórios focados nos segmentos da indústria de alimentos e bebidas, food service, produtos de varejo e amidos em uso industrial.

No mesmo ano, a Cargill adquiriu mundialmente a Provimi, uma das maiores empresas de nutrição animal do mundo, que no Brasil atua sob a marca Nutron, com unidades em Campinas (SP), Chapecó (SC), Itapira (SP) e Toledo (PR).

A partir de 2014, a razão social da Nutron mudou para Cargill Alimentos, virou referência na produção animal e, hoje, o negócio integra a plataforma Cargill Animal Nutrition (CAN), presente em 36 países, e é líder mundial no segmento.

Nesse ano, a empresa deu início ao Projeto Cacau Mais Sustentável, em parceria com a Ceplac, a ONG The Nature Conservancy (TNC) e a Cooperativa Alternativa de Pequenos Produtores Rurais e Urbanos de São Félix do Xingu (CAPPRU). A iniciativa contempla ações de incentivo à recuperação de áreas degradadas de forma economicamente rentável, estimulando o cumprimento da legislação ambiental pelos pequenos produtores na microrregião de São Félix do Xingu (PA). O projeto irá beneficiar 100 produtores diretos e cerca de 900 indiretos com o plantio de 500 novos hectares de cacau.

Foi apresentada uma nova promessa e expressão de marca corporativa: thrive. O termo inglês thrive significa um estado de crescimento vigoroso e sucesso sustentado; manifesta o desejo da promessa pelo espírito de progresso e prosperidade que todos querem ter ao redor do mundo. Dessa forma, a Cargill busca ser a empresa preferida, globalmente consistente e localmente relevante, crescendo e se desenvolvendo com todos os públicos com quem se relaciona.

Castro (PR) recebeu a nova fábrica de processamento de milho para a produção de amidos e adoçantes.

Essa é a primeira unidade da companhia no País que atua com o conceito inovador de biorrefinaria: planta que integra instalações, equipamentos e processos de conversão de biomassa na produção de derivados refinados, com empresas instaladas ao seu redor.

Além disso, a Cargill e a Copersucar formaram a ALVEAN, a maior trading de açúcar do mundo.

Essa joint venture combina décadas de experiência, conhecimento de mercado global e logística integrada para oferecer o melhor atendimento aos clientes e fornecedores de açúcar em todo o mundo.

No mesmo ano, iniciaram-se as atividades do Centro de Serviços Compartilhados, em Uberlândia (MG). A operação faz parte de uma estratégia global da Cargill em reunir os serviços transacionais nas áreas de Tecnologia da Informação, Recursos Humanos, Finanças, Compras, Transporte e Logística.

Nesses 50 anos no Brasil, a Cargill escreveu uma história que é um orgulho para os brasileiros e para o mundo.

Acreditou no potencial de crescimento do País e no desenvolvimento da agroindústria e do setor alimentício.

A empresa, por meio dos mais diversos produtos e insumos, está no dia a dia de milhões de pessoas, alimentando também o sonho de fazer um amanhã melhor.

Em um mundo que não para de crescer, a Cargill se sente responsável por alimentar de forma responsável com o menor impacto ambiental possível e pelo custo mais acessível.

E o Brasil é peça fundamental nesse processo.

É hora de tomar fôlego para começar mais uma etapa, enfrentando os desafios que estão por vir e garantindo que cada vez mais pessoas tenham acesso a uma alimentação de qualidade.

E, nessa história, você tem papel fundamental. Continue com a Cargill escrevendo cada novo capítulo.