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Bioeconomia: O que é e qual sua importância para a alimentação e a agricultura

Read Time: 6 minutes

April 03, 2024

 

Quando você pensa no futuro dos alimentos, o sabor e a nutrição podem ser as primeiras coisas que vêm à sua mente.

No entanto, o futuro também diz respeito à forma como seus alimentos são cultivados, produzidos, entregues e até mesmo reutilizados.

Por exemplo, você sabia que ...

... é possível usar cascas de cacau descartadas para criar fertilizante para o cultivo de trigo?

... é possível usar cascas de frutas cítricas para criar um hidratante facial refrescante?

... é possível transformar óleo de cozinha usado em combustível que alimenta caminhões e navios para entregar alimentos em todo o mundo?

Esses são alguns exemplos da bioeconomia em ação.

 

O que é a bioeconomia?

A farmer checks the leaf of a plant in their farm field.A bioeconomia utiliza recursos renováveis e de origem natural — plantas como as mencionadas acima, microrganismos e até mesmo certos tipos de resíduos — para criar alimentos, materiais, energia e muito mais.

Embora tenha muitas definições, a bioeconomia utiliza recursos renováveis e de origem natural, como plantas, microrganismos e até mesmo certos tipos de resíduos, para produzir alimentos, materiais, energia e muito mais.

O objetivo? A bioeconomia tem como objetivo criar um ecossistema mais sustentável para enfrentar alguns dos maiores desafios do mundo. Isso inclui segurança alimentar, mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e como aproveitar ao máximo os recursos naturais.

Embora a bioeconomia abranja muitos setores industriais, os sistemas alimentares desempenham o maior papel na bioeconomia global, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. É por isso que ele representa um caminho crítico para alimentar — de forma sustentável — um mundo que deverá chegar a 9 bilhões de pessoas até 2050 e que as mudanças climáticas continuam a perturbar o status quo agrícola.

 

O que é uma bioeconomia circular?

A Cargill employee pours oil into a clear glass container.Em contraste com uma abordagem de "uso único" que gera resíduos, a economia circular transforma os fluxos de resíduos em valor. Ela pode limitar o desperdício, a poluição e a perda de biodiversidade.

A bioeconomia circular reúne dois conceitos de sustentabilidade: 1) Utiliza recursos biológicos renováveis para criar produtos biológicos (ou seja, a bioeconomia) e 2) reutiliza, reaproveita ou recicla esses recursos e resíduos orgânicos de volta para a economia (ou seja, a economia circular).

Em contraste com uma abordagem de "uso único" que gera resíduos, a economia circular transforma os fluxos de resíduos em valor. Ela pode limitar o desperdício, a poluição e a perda de biodiversidade. No processo, ela também ajuda a endereçar desafios globais maiores, como mudanças climáticas e crescimento econômico.

Há um enorme potencial para criar uma economia mais circular em todas as cadeias de suprimentos, inclusive na agricultura. Exemplo de caso: apenas 7,2% dos materiais usados foram reciclados de volta para a economia em 2023, de acordo com a Circularity Gap Reporting Initiative.

 

Como estamos dando vida à bioeconomia em alimentos e agricultura

A farmer sprinkles dirt back onto their field.A bioeconomia inclui alimentos de origem biológica e ração animal, produtos de origem biológica e bioenergia.

Na Cargill, nosso foco é o avanço da bioeconomia em três áreas principais: 1) alimentos e ração animal, 2) produtos de origem biológica e 3) bioenergia.

"Através de pesquisa e inovação, proporcionamos soluções baseadas na natureza benéficas para nossos clientes e para o planeta", afirma Florian Schattenmann, diretor de tecnologia e vice-presidente de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Cargill.

"Acreditamos no poder de uma economia de base biológica, além de que cremos que desempenhamos um papel central", diz Florian. "Trazemos qualidade, funcionalidade e escalabilidade para inovar da maneira que os consumidores realmente desejam."

Seguem algumas maneiras pelas quais estamos inovando para dar vida à bioeconomia.

 

Inovação via fermentação para a bioeconomia

A Cargill scientist works in a lab.Produtos fermentados como a ração para camarões Motiv® estão ajudando os criadores de camarão a impulsionar a bioeconomia por meio de rendimentos mais sustentáveis e eficazes.

Quando pensamos em fermentação, alimentos como iogurte e chucrute podem vir à mente.

Porém, também estamos usando o processo metabólico milenar para trazer inovações em alimentos e ração animal. Essas inovações incluem:

  • Nossa ração para camarões fermentada Motiv®, que reduz drasticamente os surtos de Síndrome da Mortalidade Precoce e aumenta a produtividade dos agricultores.
  • EverSweet®, um adoçante de estévia fermentado com um processo de produção sustentável que usa menos terra e água e produz menos carbono.
  • Nossa coleção exclusiva de microrganismos de grau alimentício, que está ajudando os clientes que desejam reduzir o açúcar e o sal em seus produtos e simplificar seus rótulos.
  • Uma parceria entre a Cargill, a Gas2Feed e o Instituto de Pesquisa Norueguês Norse, para atender à ambição do governo norueguês de obter ração para peixes escalável e sustentável. Através do uso de bactérias especiais, convertemos o dióxido de carbono, juntamente com o hidrogênio e o oxigênio obtidos da água, em proteína microbiana de alta qualidade para a alimentação de peixes.

 

A inovação em biomateriais não é só um sonho

A woman stretches in a gray shirt made of bio-based material while working out with five other people.A Cargill aumentou drasticamente sua capacidade de produzir produtos de origem biológica, como os usados em roupas fabricadas pela parceira The LYCRA Company. 

Espera-se que o mercado global de produtos de origem biológica valha US$ 5 trilhões até 2030, de acordo com a Comissão Europeia, um aumento de 47% em relação a 2018. Toda essa atividade econômica significa um grande potencial para a criação de produtos mais sustentáveis.

Seguem apenas algumas inovações de base biológica que estamos trazendo para a bioeconomia.

  • O que começou como um projeto de pesquisa da Cargill há 35 anos se transformou em NatureWorks, que usa matérias-primas como o milho para produzir polímeros de ácido polilático chamados de Ingeo®. A Cargill está fazendo parcerias com empresas de todo o mundo para transformar a marca Ingeo® em uma ampla gama de produtos inovadores, como cápsulas de café, saquinhos de chá, revestimentos para papel, fraldas e eletrodomésticos.
  • O elastano sustentável agora não é mais um problema depois que a Cargill e a HELM criaram a joint venture, Qore. A Qore fez uma parceria com a LYCRA Company, líder no desenvolvimento de soluções inovadoras de fibra e tecnologia para o setor têxtil e de vestuário.​​​​ A fibra LYCRA®, que é usada em vestuário, desde roupas íntimas até roupas pro dia a dia, usa a marca de produtos QIRA® da Qore — uma alternativa de base biológica aos butanodióis (BDO) baseados em combustíveis fósseis — para produzir suas famosas fibras elásticas.
  • Quando a Cargill adquiriu a maior parte das tecnologias de desempenho e negócios de produtos químicos industriais da Croda, aumentamos nossas aplicações em polímeros e embalagens de alimentos e garantimos que mais de dois terços das matérias-primas utilizadas na fabricação dessas soluções nos setores automotivo, alimentício e de polímeros fossem de base biológica e renovável.
  • Com o aditivo de base biológica Incroslip® C™, a Cargill também criou uma abordagem mais circular e eficiente em termos de recursos para a reciclagem de plásticos. Anteriormente, os plásticos reciclados desenvolviam uma cor amarela em vez do plástico transparente que os consumidores esperam. O aditivo Incroslip® C™ ajuda a preservar a integridade do plástico e prolonga a vida útil dos materiais, reduzindo a necessidade de novos plásticos petroquímicos.

 

Produtos de beleza de base biológica? Isso sim é uma beleza

A woman stretches in a gray shirt made of bio-based material while working out with five other people.Produtos naturais e biodegradáveis, como o BotaniDesign™ da Cargill, estão ajudando a impulsionar a bioeconomia no setor de beleza.

Sim, a bioeconomia engloba o setor de beleza também.

Com o crescimento do mercado de cosméticos de origem biológica, estamos usando tecnologias emergentes para oferecer produtos inovadores derivados da natureza para pele, cabelo, beleza pessoal e cuidados bucais. Por exemplo: 

  • FiberDesign™ Citrus, um texturizador que criamos a partir de fibras de limão e lima recicladas — o "resíduo de celulose" não usado em alimentos — para um novo creme facial refrescante e hidratante.
  • BotaniDesign™ 105, um produto derivado natural e biodegradável que pode ser um substituto mais sustentável e de origem natural para a vaselina em produtos de cuidados pessoais. O BotaniDesign™ 105 também foi recentemente indicado como finalista do Prêmio Edison 2024.
  • Nossos esfoliantes biodegradáveis e de origem vegetal Florabeads™, que reduzem os microplásticos em produtos de esfoliação.
  • Nossa liderança na cadeia de suprimentos de jojoba. O jojoba é um óleo de base biológica derivado de um arbusto do deserto. Os ingredientes de beleza da Cargill usam óleos naturais de jojoba, além de também fazermos parcerias com agricultores para uma abordagem circular e sem desperdício no cultivo da jojoba. Ao compostar as cascas, as folhas e os galhos cortados dos arbustos de jojoba coletados, desenvolvemos nutrientes orgânicos que são incorporados ao solo, permitindo que a jojoba cresça em áreas desafiadoras que não são adequadas para plantações.

 

O poder da agricultura regenerativa

A farmer stands in front of a field of corn and discusses the bioeconomy.Os agricultores estão ajudando a impulsionar a bioeconomia com práticas agrícolas regenerativas apoiadas pela Cargill.

A regeneração da natureza é um dos ​​​​​​​princípios fundamentais de uma economia circular.

Na fazenda, práticas de agricultura regenerativa podem ajudar a alcançar esse objetivo. Essas práticas têm o poder de capturar as emissões de gases do efeito estufa, melhorar a qualidade e o uso da água, estabelecer um solo saudável para cultivar alimentos mais sustentáveis e melhorar os meios de subsistência dos agricultores.

É por isso que fazemos parcerias com agricultores e os apoiamos na adoção de práticas agrícolas regenerativas, como culturas de cobertura e plantio direto, total ou reduzido. Isso inclui:

  • Uma parceria com a ​​​​​​​Nestlé para promover a agricultura regenerativa usando cascas de cacau previamente descartadas como pellets de fertilizante de baixo carbono para produtores de trigo. O trigo cultivado por esses agricultores abastece as fábricas de cereais matinais e rações para animais de estimação da Nestlé no Reino Unido e na Irlanda.
  • Colaboração com a China Development Research Foundation para desenvolver a agricultura sustentável no país. Durante a feira China International Import Expo (CIIE), a Cargill assinou um acordo de um ano, no valor de 1 milhão de yuans (US$ 137.300), para financiar o projeto de pesquisa e prática de agricultura regenerativa da fundação.
  • Parceria com agricultores como Steven Flaig como parte do inovador programa de agricultura regenerativa da Cargill, ​​​​​​​Cargill RegenConnect®. O programa oferece incentivos financeiros aos agricultores para a adoção de práticas agrícolas regenerativas que melhoram a saúde do solo e geram resultados ambientais positivos, o que ajuda a descarbonizar a cadeia de suprimentos agrícolas.
  • A Cargill está investindo aproximadamente US$ 1 milhão por meio do programa ​​​​​​​Regenera Cerrado para patrocinar um amplo estudo ambiental que inclui mais de 30 cientistas na pesquisa sobre os benefícios da adoção da agricultura regenerativa no bioma do Cerrado brasileiro. O estudo de três anos foi iniciado em outubro de 2022 e gerará dados sobre os benefícios da agricultura regenerativa, o que ajudará agricultores, empresas e instituições da sociedade civil a tomar decisões com base científica.

 

Abastecendo o futuro dos combustíveis renováveis

An aerial image of Cargill’s state-of-the-art advanced biodiesel plant in Ghent, Belgium.A fábrica de biodiesel avançado de última geração da Cargill em Ghent, na Bélgica, está ajudando a Cargill a alimentar a bioeconomia, convertendo resíduos em biocombustíveis para o setor de transportes.

Você sabia que quase um quinto das emissões de carbono do sistema alimentar provém da cadeia de suprimento alimentar?

A redução da pegada de carbono da agricultura requer fontes de combustível alternativas e mais limpas para caminhões, frete marítimo e maquinário agrícola.

Eis que entram os combustíveis renováveis — como diesel à base de biomassa, diesel renovável e combustíveis à base de resíduos. Estamos trabalhando em parceria com clientes para fornecer energias renováveis que ajudam a descarbonizar o transporte, incluindo:

  • A transformação de resíduos em biocombustíveis em nossa usina de biodiesel avançada de última geração em Ghent, Bélgica. A instalação pode processar até 120.000 toneladas métricas de biocombustível à base de resíduos por ano, aumentando as opções de combustível sustentável para os setores de transporte rodoviário e marítimo.
  • A expansão da produção de biogás em larga escala por meio de uma joint venture com a Usina de Combustível Sustentável (Sustainable Fuel Plant, SFP) Zeeland, na Holanda. A SFP Zeeland produz biometano sustentável, um combustível renovável que ajuda nossos clientes a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e a alcançar suas metas de sustentabilidade.

Quer saber mais sobre o futuro dos alimentos e da agricultura? Veja como a Cargill está inovando da ideia ao impacto.